O
suíço Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, mais
conhecido como Paracelso, era um conhecedor multifacetado. Ele estudou e
escreveu sobre medicina e química, mas também sobre misticismo e
filosofia. Foram as suas contribuições que iniciaram o processo de
transformação da alquimia em química moderna.
“Paracelso
entendia a química como chave para a compreensão do universo”, explica
o professor de história da ciência da USP Paulo Porto. E por isso sempre
foi muito criticado. Quando jovem viajou pela Europa e Oriente Médio
curando doentes. Mais tarde ganhou inimigos por todos os lados, quando,
como professor, convidou o povo para uma aula aberta e queimou livros da
medicina clássica em praça pública - um absurdo para a época. O cientista conhecia muito bem a alquimia e por isso identificou
problemas na ciência clássica. Foi pioneiro ao dar à medicina princípios
de uma filosofia química. Pela primeira vez, utilizou-se de remédios
químicos e compostos metálicos dos alquimistas para criar tratamentos
para diversas doenças como, por exemplo, a quimioterapia (com enxofre,
cobre e mercúrio). A observação da natureza fez que com ele entendesse
que a análise em laboratório da matéria era forma de se obter
conhecimento.
Além
de químico e bioquímico, o belga Van Helmont também era médico e
fisiologista. Assim como Paracelso, estudou a magia e a ciência
tradicional, mas, diferente do seu anterior, valorizou muito mais o
trabalho experimental e quantitativo do que a filosofia.
Rejeitou
o que se conhecia anteriormente por elementos da matéria - Aristóteles
definiu quatro (ar, terra, fogo e água) e, Paracelso, três (sal, enxofre
e mercúrio). Para ele, a matéria constituía apenas de ar e a água. A
partir daí, constatou que a fumaça de combustão não era similar ao ar e
ao vapor de água, como se acreditava anteriormente.
Acabou
nomeando essas fumaças de gás e passou a considerar a existência de
gases no ar e nas reações químicas. Investigou e classificou um grande
número de gases, tais como o dióxido de carbono, monóxido de carbono,
entre outros, originados de águas termais, da queima de carvão, da
fermentação e das erupções das minas.
Com
formação tradicional, o inglês, filho de Conde, deixou a filosofia para
se dedicar à experimentação, ao construir um laboratório na sua casa em
Sailbridge. Em 1964, chegou a Oxford, aonde produziu a maioria de seus
trabalhos, dedicando-se também à física. Dando continuidade aos estudos
de Helmont, publicou sobre a dilatação dos gases em The Septical Chymist (1661),
diferenciando pela primeira vez a alquimia da química, ao definir,
ainda que vagamente, os modernos conceitos de átomo e molécula.
Ficou
muito famoso também com a publicação de uma lista com 24 avanços
científicos para a humanidade que aconteceriam futuramente. Ele previu,
entre outros, submarinos, aviões, luz elétrica, modificação genética,
transplantes de órgãos e a capacidade das cirurgias de prolongar a vida.
Médico e químico alemão, Stahl ficou conhecido principalmente pela criação da Teoria do Flogismo, publicada no livro "Os Fundamentos da Química". Baseando-se nos trabalhos de Johann Joachim Becher, ele chegou à conclusão de que quando um mineral ou metal fosse muito aquecido, ele entrava em combustão, liberava uma substância chamada de flogisto, sofria corrosão e perdia sua capacidade de combustão.
Com isso, o químico começava a explicar os diversos efeitos envolvidos da combustão, ainda que não de maneira completamente correta. Seu estudo foi extremamente importante para o entendimento de processos biológicos como a fermentação, respiração e putrefação.
A
famosa frase “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma” é a definição do químico francês para sua teoria de
conservação da matéria.
Ele descobriu que a combustão de
uma matéria só acontece com o oxigênio (elemento que identificou e
classificou), derrubando a teoria do alemão Stahl. Junto com
Claude-Louis Berthollet, publicou o estudo "Método de Nomenclatura
Química", propondo uma reforma na linguagem da química. Desvendou a
composição química da água: dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
Além
disso, com o clássico “Tratado Elementar da Química”, separou
definitivamente a química da alquimia. A sua mania de sempre pesar na
balança tudo o que analisava levou-o a descobrir que a soma das massas
dos reagentes é igual a massa do produto de uma reação e criar a Lei de
Conservação das Massascriar a Lei de Conservação das Massas.
Físico
e químico inglês, criou da teoria atômica . Ficou conhecido também pela
descoberta do daltonismo – anomalia da visão de cores-, doença que ele
próprio tinha.
Com a publicação "Absorção de gases pela
água e outros líquidos", estabeleceu o princípio básico de sua teoria: a
pressão total de uma mistura de gases é igual à soma das pressões
parciais dos gases que a constituem. A pressão parcial, aí, seria a
pressão de cada gás individualmente.
Em seguida, com base
nessa teoria, criou outra, a Teoria de Dalton, na qual constatou que os
átomos de determinado elemento eram iguais e de peso invariável. Nessa
época, ainda não se sabia a fórmula molecular dos elementos, mas ele
também verificou que os átomos de diferentes elementos são diferentes
entre si.
O
químico russo tinha uma personalidade muito forte, por isso só
conseguia trabalhar sozinho. Criou um laboratório improvisado em seu
apartamento, aonde fez descobertas importantes sobre estruturas
atômicas, valência (capacidade de um átomo de se combinar com outros) e
propriedades dos gases.
Quando ele descobriu que as
propriedades dos átomos decorriam de sua massa, criou uma tabela com 63
quadrados, cada qual com o símbolo de um elemento, sua massa atômica e
suas propriedades físicas e químicas; e foram agrupados em ordem
crescende de suas massas. Era a primeira versão da tabela periódica. A
classificação de Mendeleev tinha ainda espaços em branco, o que indica
que ele previa a descoberta de novos elementos.
Os químicos dessa lista foram selecionados pela pesquisadora e professora Silvia Waisse. Além de editora da revista eletrônica Circumscribere: International Journal for the History of Science, Silvia faz parte de um grupo de docentes da PUC (Pontifícia Universidade Católica) que constituem o Centro Simão Mathias de estudos em História da Ciência (CEMISA).
Referência Bibliográfica:
BERNACCHIO, Bruna. No dia do químico, conheça alguns dos maiores da História.
Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI148509-17770,00-NO+DIA+DO+QUIMICO+CONHECA+ALGUNS+DOS+MAIORES+DA+HISTORIA.html>.
Acesso em: 18 jun. 2012.
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